19 junho, 2023

Pena de Morte

Tenho vários argumentos contra a pena de morte (simplismo de vingança, ineficácia da medida, desumanidade da pena, inconstitucionalidade...), mas o argumento mais sólido, simples e pragmático contra a pena capital é este: erro judiciário. Sim, ocorre muito mais do que supomos, infelizmente."O Direito Penal é um direito essencialmente mutável e relativo. Logo, deve ficar fora de seu alcance a imposição de penas de caráter imutável e absoluto, de total irreversibilidade e irremediáveis quando se descobre que foram impostas pela perseguição, pelo capricho ou pelo erro. Deve ficar de fora de seu alcance a pena que só um juiz onisciente, incorruptível, absolutamente igual seria competente para aplicar: a pena cuja imposição só deveria estar na alçada do ser absoluto, se ele estatuísse e impusesse penas: a pena absoluta, a pena de morte. Aos seres relativos e falíveis só compete aplicar penas relativas e modificáveis. E, ainda assim, enquanto não soubermos substituir as penas por medidas mais humanas e eficazes de defesa social." (Prof. Lydio Machado Bandeira de Mello).

http://jornalggn.com.br/noticia/george-stinney-jr-e-declarado-inocente-70-anos-apos-sua-execucao

10 fevereiro, 2016

A pronúncia do “Aedes aegypti”


Aedes aegypti 

O mosquito da dengue é um velho conhecido dos brasileiros, desde os tempos em que seu portifólio de doenças era restrito apenas à dengue e à febre amarela. Seu nome científico, contudo, gera algumas dúvidas tanto na grafia complicada quanto na pronúncia. A grafia correta é "Aedes aegypti" (com "A" maiúsculo no primeiro nome e “a” minúsculo no segundo, como determina a nomenclatura taxonômica). Quanto à pronúncia, sempre houve a preferência em se dizer /aédis/ /egípti/. Ocorre que, recentemente, a mídia tem preferido dizer /édis/ /egípti/. O que terá acontecido com o primeiro “a”?

Para explicar isso, é preciso ter em mente que a mídia está “tentando” falar corretamente ao buscar a pronúncia latina do nome, uma vez que os nomes científicos são formados em latim ou são latinizados. Assim, como em latim o grafema æ (a+e) tradicionalmente se pronuncia "e" (aberto, como em “taenia solium”), passaram a pronunciar /édis/ da mesma forma como sempre fizeram com o /egípti/, só que, acredito eu, de maneira inadequada.

Mas qual é o problema? O erro é presumir que o nome "Aedes aegypti" seja inteiramente de origem latina. Ainda que se trate de um nome “latinizado, não é inteiramente latino. Se fosse, não haveria problema em dizer-se /édis/ /egípti/.

O nome científico do mosquito tem uma parte latina, “aegypti”, que significa “do Egito” e se pronuncia mesmo /egípti/. Porém, a primeira parte dele não vem do latino “aedes” – que significaria “casa” –, mas sim deriva do grego “edus”, que significa “doce”, “agradável”.

Assim, a parte de origem grega, “Aedes”, significa “desagradável”, “odioso”, “nojento” e, diversamente do latim, tem o “a” pronunciado claramente é até habitual marcar o “e” com um traço ou trema: Aëdes. Esse “a” do “Aedes” é um prefixo grego que dá ideia de negação – como acontece em “amoral”, “ateu” ou “afônico”. A pronúncia que destaca o “a” do “e” deixa clara essa negação. Se esse “a” não for pronunciado, o que seria “desagradável” passa a ser “agradável”, e tal adjetivo não pode ser aplicado a esse inseto. Da mesma forma, se quisermos nos ater ao latim, ao dizer /édis/, o mosquito deixa de ser o “odioso do Egito” e se transforma em algo como “casa do Egito”.

Se esses argumentos não são suficientes, podemos recorrer ao próprio latim para abonar a pronúncia /aédis/. É que, se no latim científico baseado na pronúncia tradicional medieval dizemos "e" para o grafema "ae", o mesmo não ocorre com a pronúncia restaurada do latim clássico o latim dos tempos de Cícero e Virgílio , em que se pronuncia /aédis/.

Dessa forma, creio que a grande maioria da mídia tem sido infeliz ao fazer essa “correção”, pois me parece mais adequado pronunciar /aédis/ /egípti/, como todos faziam antes.

19 março, 2014

Licença Poética

Na minha humilde opinião, só quem tem direito a licença poética é quem erra de propósito, conhecendo o erro e preferindo mantê-lo por conveniência de estilo. Defecar sobre uma gramática julgando que está pondo uma cereja num bolo não é licença poética, senão erro puro e simples, ou, na melhor das hipóteses, desleixo.

Há casos em que os erros gramaticais, além de não prejudicar a música, ainda são necessários para um ajuste de métrica e rima, ou mesmo para 
uma adequação à linguagem de quem fala (por exemplo, se o eu-lírico é uma pessoa sem instrução, não adianta usar vocabulário erudito, pois aí não combinaria).

Por outro lado, se os erros soam deselegantes ou prejudicam a interpretação, a experiência auditiva fica prejudicada. Principalmente se são erros injustificáveis.

Eis a motivação da postagem: https://www.youtube.com/watch?v=eVlvcgcHPTQ

 

Você, o Amor e Eu
(Carlinhos Brown)

Uma saudade de nós bateu
E o colchão desabou sem tempo
O coração disparou por dentro

Parei no seu movimento
Depois
Quase explodi por nós dois
Pra quê
A gente ficar de mau
Se dói, se dói
Quero aquecer, ter calor
Te ter
Sem águas que desaguou
Embora não sei

Quem de nós dois vai segurar nós três
Será que é ela, será que é o mundo

Haverão-verão-verão verões
Haverão-verão-verão verão nós
Haverão-verão-verão verões
Haverão-verão-verão verão

Se é amor verdadeiro
Tem chance
Por existir natural
Romance
Que o tempo não metralhou
Foi bom
Foi beijos que desarmou
Fiquei

Quem de nós dois vai segurar nós três
Será que é ela, será que é o mundo

Haverão-verão-verão verões
Haverão-verão-verão verão nós
Haverão-verão-verão verões
Haverão-verão-verão verão

Venha ver o sol
E o que é seu
E viver o mar
Também

Oromim má
Oromim má
Oromim má
Muito obrigado por você me amar
Muito obrigado por você me amar


(não é a fonte oficial, mas está disponível em:
https://www.letras.mus.br/carlinhos-brown/vc-o-amor-e-eu/)


Achei linda a música, desde a primeira vez em que a ouvi. De verdade. Porém, seus "erros" (e ressalte-se muito bem essas aspas!) não me passaram despercebidos. Vejamos:

"Sem águas que desaguou", por exemplo, ficou desengonçado. Esse verso só funcionaria se a gente for pensar que alguém desaguou essas águas (estaria Carlinhos se referindo ao pranto?), caso contrário, deveria ser "desaguaram". No caso dessa frase, bastaria só colocar "água" no singular e estaria tudo resolvido, qualquer que fosse o sentido empregado. O mesmo se diga do trecho "foi beijos que desarmou".

Igualmente desajeitada é a frase "haverão verões" (o verbo haver, em sentido de existir, é impessoal e deve ficar na terceira pessoa do singular "haverá verões"). Por melhor que seja o som do trocadilho com verões, o resultado é um erro crasso. E a parte "Embora não sei" não é lá muito melhor (deveria ser "embora não saiba").

Outra frase que me deixou confuso foi "Quem de nós dois vai segurar nós três?". Isso porque nada na letra indica quem é essa terceira pessoa a que Brown se refere. Ele deixou uma pista no título, podendo se tratar do amor, mas isso não me pareceu orgânico ao restante da letra. E também não sei o que o "mundo" tem a ver com o "quem de nós dois".

Não estou cobrando aqui uma erudição extrema (
a mistura errada entre os pronomes "tu" e "você", por exemplo, é irrelevante e não traz nenhum problema). No entanto, a concordância verbal faria algum mal a essa composição? Claro que não!

A letra, acredito eu, não é o mais importante de uma música. Brown nunca dependeu de um bom texto pra fazer uma música boa. Eu não consigo entender as letras de "Selva Branca" ou de "Uma Brasileira", mas isso não faz a menor falta nessas composições de Carlinhos Brown, pois a melodia delas supera a necessidade de qualquer lógica.

Contudo, erros gramaticais que fustigam os ouvidos estragam a experiência de curtir o som (pois é bem através dos ouvidos que entra a música). Imagina ouvir uma canção prestando atenção nos defeitos dela? Portanto, essa música se beneficiaria muito de pequenos ajustes.

Fora isso, a melodia da música é excelente. Pontos extras pela linda voz de Quésia Luz.

PS: Qualquer erro cometido no meu texto terá sido mera licença poética, tá?

10 dezembro, 2013

20 fenômenos meteorológicos incríveis ou incomuns

  • 20 – Arco-íris lunar | Moon bows

Um arco-íris aparece quando a luz solar incide sobre gotas de umidade, geralmente em uma atmosfera de pós-chuva. Com a luz da Lua este fenômeno é muito raro, visto somente à noite quando a lua está baixa e quase cheia. Um local popular para ver este fenômeno é em Cumberland Falls, no Kentucky, conforme ilustrado acima.
  • 19 – Miragem | Mirage
Miragens ocorrem quando uma luz refratada produz uma imagem de um objeto ou o céu. É um fenômeno visto com mais frequencia em superfícies quentes, como no asfalto ou num deserto.
  • 18 – Halos | Haloes
São como os arco-íris, no entanto os halos são formados ao redor do Sol quando cristais de gelo da alta atmosfera terrestre refratam a luz solar. Às vezes duas ou mais áreas do círculo ou arcos em torno do Sol será mais brilhante. Os halos também podem se formar ao redor da Lua, e ocasionalmente em torno de estrelas mais brilhantes ou planetas, como Vênus.
  • 17 – Cinturão de Vênus | Belt of Venus
O cinturão de Vênus é um fenômeno que ocorre durante a noite quando a poeira ou poluição presentes na nossa atmosfera deixa uma faixa rosada ou acastanhada entre o céu e o horizonte.
  • 16 – Nuvens Noctilucentes | Noctilucent Clouds
Nuvem muito rara que se forma acima do nível onde se encontram as nuvens do tipo nacarada. Só aparecem à noite na ionosfera e só pode ser vista por causa de sua característica fosforescente. (Fonte: Tempo Agora)
  • 15 – Aurora Boreal | Aurora Borealis
Também conhecida no hemisfério sul como o Aurora Austral, a Aurora Boreal é formada quando partículas solares carregadas atingem a alta atmosfera da Terra. Elas são normalmente mais vistas perto dos pólos e durante os equinócios do ano. (Foto: Joshua Strang)
  • 14 – Luas Coloridas | Colored Moons
Devido à várias questões atmosféricas como excesso de fumaça, poeira e até mesmo um eclipse, podem fazer com que a Lua apresente colorações diferentes, que pode ser azul, laranja ou vermelha.
  • 13 – Nuvens “Mammatus” | Mammatus Clouds
A formação das nuvens Mammatus é rara e na maioria das vezes está associada a formação de nuvens do tipo Cumulonimbus (Cumulonimbus com mammatus), mas também podem ocorrer na alta atmosfera associadas a Stratocumulus (Stratocumulus com mammatus), Cirrus (Cirrocumulus com mammatus) e Altocumulus. Também podem ocorrer em “Contrails” (nuvens artificias provocadas por aviões) e em nuvens de poeira vulcânicas. Nuvens do tipo Mammatus, quando associadas a um cumulonimbus são indicadoras de uma formação severa mas em muitos casos indica que a tempestade está perdendo força. (Fonte: Wikipédia | Foto: Jorn Olsen)


  • 12 – Fogo-de-santelmo | St Elmo’s Fire
Consiste numa descarga eletroluminiscente provocada pela ionização do ar num forte campo eléctrico provocado pelas descargas eléctricas. Mesmo sendo chamado de fogo, é na realidade um tipo de plasma provocado por uma enorme diferença de potencial atmosférica. (Fonte: Wikipédia)
  • 11 – Turbilhões de Fogo | Fire Whirls
Um turbilhão de fogo pode ser um furacão girando muito perto de um incêndio florestal ou criado a partir de um turbilhão em uma área muito quente.
  • 10 – Nuvens Pyrocumulus | Pyrocumulus Clouds
Outro fenômeno relacionado ao calor. Vulcões, incêndios florestais, explosão nuclear (em forma de cogumelo) são as principais causas de nuvens pyrocumulus.
  • 9 – Pilar Solar | Sun Pillars
O Pilar Solar ocorrer quando o sol reflete no gelo de nuvens muito altas em várias camadas. É então criado uma espécie de pilar de luz que alcança alto do céu. Também é possível ver um pilar lunar.
  • 8 – Poeira de Diamante | Diamond Dust
Assim como nos halos, a Poeira de Diamente é formada por uma névoa de gotículas congeladas.
  • 7 – Chuva sem Água | Non-aqueous Rain
São raras, mas reais. Existem casos de chuvas de animais, em vez de água. Isso tem ocorrido ocasionalmente ao longo da história, desde os tempos bíblicos até os dias de hoje. Meteorologistas ainda não descobriram a causa.
  • 6 – Virga | Virga
Virga é quando cristais de gelo nas nuvens descem, mas evapora antes de chegar ao chão. Elas aparecem como trilhas de nuvens para alcançar a superfície. Algumas vezes possuem a aparência de águas-vivas.
  • 5 – Ventos Catabáticos | Katabatic Winds
Um vento catabático (da palavra grega katabatikos que significa “descendo colinas“) é o nome técnico dado a um vento que transporta ar de alta densidade de uma elevação descendo a encosta devido à acção da gravidade. (Fonte: Wikipédia)
  • 4 – Arco-íris Fogo | Fire Rainbow

Um arco-íris fogo é um fenômeno extremamente raro que só ocorre quando o sol está alto e sua luz passe através de nuvens cirros a alta altitude  com um alto conteúdo de cristais de gelo.
Este fenômeno eu pude observar ontem, 16 de outubro, aqui na minha cidade. Infelizmente eu estava sem minha câmera fotográfica para registrá-lo. Mas garanto que é um belo espetáculo da natureza.
  • 3 – Raio Verde | Green Ray

Também é conhecido como o Flash Verde (Green Flash). Isso ocorre muito rapidamente antes do pôr-do-sol e após o nascer do sol. Ele aparece como um flash verde acima do sol e dura muito pouco. Este fenômeno é causado pela refração da luz na atmosfera.
  • 2 – Bola Relâmpago | Ball Lightning

Este é um fenômeno muito raro que envolve relâmpago em forma de bola que se move muito mais devagar que o relâmpago normal. Pode atingir oito metros de diâmetro e pode causar grandes estragos. Há relatos de bola relâmpago destruindo edifícios inteiros.
  • 1 – Sprites, Jets, and Elves

Referem-se a todos os fenômenos que ocorrem na atmosfera superior nas regiões em torno de trovoadas. Elas aparecem como cones, brilhos e descargas. Eles só foram descobertos no século passado, devido ao seu posicionamento e seu tempo de vida muito breve (podem durar menos de um segundo).


Fonte:
http://www.informacaovirtual.com/ciencia/20-fenomenos-meteorologicos-incriveis-ou-incomuns

05 outubro, 2011

Como lidar com as pessoas com deficiência



DICAS DE RELACIONAMENTO
Apresentamos a seguir algumas orientações que as pessoas podem seguir nos seus contatos com as pessoas com deficiência. Não são regras, mas esclarecimentos resultantes da experiência de diferentes pessoas que atuam na área e que apontam para as especificidades dos diferentes tipos de deficiências.

Como chamar
  • Prefira usar o termo hoje mundialmente aceito: “pessoa com deficiência (física, auditiva, visual ou intelectual)”, em vez de “portador de deficiência”, “pessoa com necessidades especiais” ou “portador de necessidades especiais”;
  • Os termos ”cego” e “surdo” podem ser utilizados;
  • Jamais utilizar termos pejorativos ou depreciativos como “deficiente”, “aleijado”, “inválido”, “mongol”, “excepcional”, “retardado”, “incapaz”, “defeituoso” etc.

Pessoas com deficiência física
  • É importante perceber que para uma pessoa sentada é incômodo ficar olhando para cima por muito tempo. Portanto, ao conversar por mais tempo que alguns minutos com uma pessoa que usa cadeira de rodas, se for possível, lembre-se de sentar, para que você e ela fiquem com os olhos no mesmo nível.
  • A cadeira de rodas (assim como as bengalas e muletas) é parte do espaço corporal da pessoa, quase uma extensão do seu corpo. Apoiar-se na cadeira de rodas é tão desagradável como fazê-lo numa cadeira comum onde uma pessoa está sentada.
  • Ao empurrar uma pessoa em cadeira de rodas, faça-o com cuidado. Preste atenção para não bater naqueles que caminham à frente. Se parar para conversar com alguém, lembre-se de virar a cadeira de frente para que a pessoa também possa participar da conversa.
  • Mantenha as muletas ou bengalas sempre próximas à pessoa com deficiência.
  • Se achar que ela está em dificuldades, ofereça ajuda e, caso seja aceita, pergunte como deve proceder. As pessoas têm suas técnicas individuais para subir escadas, por exemplo, e, às vezes, uma tentativa de ajuda inadequada pode até atrapalhar. Outras vezes, o auxílio é essencial. Pergunte e saberá como agir e não se ofenda se a ajuda for recusada.
  • Se você presenciar um tombo de uma pessoa com deficiência, ofereça-se imediatamente para auxiliá-la. Mas nunca aja sem antes perguntar se e como deve ajudá-la.
  • Esteja atento para a existência de barreiras arquitetônicas quando for escolher uma casa, restaurante, teatro ou qualquer outro local que queira visitar com uma pessoa com deficiência física.
  • Não se acanhe em usar termos como “andar” e “correr”. As pessoas com deficiência física empregam naturalmente essas mesmas palavras.

Pessoas com deficiência visual
  • É bom saber que nem sempre as pessoas com deficiência visual precisam de ajuda. Se encontrar alguém que pareça estar em dificuldades, identifique-se, faça-a perceber que você está falando com ela e ofereça seu auxílio.
  • Nunca ajude sem perguntar como fazê-lo. Caso sua ajuda como guia seja aceita, coloque a mão da pessoa no seu cotovelo dobrado. Ela irá acompanhar o movimento do seu corpo enquanto você vai andando. Num corredor estreito, por onde só é possível passar uma pessoa, coloque o seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa continuar seguindo você.
  • É sempre bom avisar, antecipadamente, sobre a existência de degraus, pisos escorregadios, buracos e outros obstáculos durante o trajeto.
  • Ao explicar direções, seja o mais claro e específico possível; de preferência, indique as distâncias em metros (“uns vinte metros à nossa frente”, por exemplo). Quando for afastar-se, avise sempre.
  • Algumas pessoas, sem perceber, falam em tom de voz mais alto quando conversam com pessoas cegas. A menos que ela tenha, também, uma deficiência auditiva que justifique isso, não faz nenhum sentido gritar. Fale em tom de voz normal.
  • Não se deve brincar com um cão-guia, pois ele tem a responsabilidade de guiar o dono que não enxerga e não deve ser distraído dessa função.
  • As pessoas cegas ou com visão subnormal são como você, só que não enxergam. Trate-as com o mesmo respeito e consideração dispensados às demais pessoas. No convívio social ou profissional, não as exclua das atividades normais. Deixe que elas decidam como podem ou querem participar.
  • Fique à vontade para usar palavras como “veja” e “olhe”, pois as pessoas com deficiência visual as empregam com naturalidade.

Pessoas com paralisia cerebral
  • A paralisia cerebral é fruto da lesão cerebral, ocasionada antes, durante ou após o nascimento, causando desordem sobre os controles dos músculos do corpo. A pessoa com paralisia cerebral não é uma criança, nem é portador de doença grave ou contagiosa.
  • Trate a pessoa com paralisia cerebral com a mesma consideração e respeito que você usa com as demais pessoas.
  • Quando encontrar uma pessoa com paralisia cerebral, lembre-se que ela tem necessidades específicas, por causa de suas diferenças individuais, e pode ter dificuldades para andar, fazer movimentos involuntários com pernas e braços e apresentar expressões estranhas no rosto.
  • Não se intimide, trate-a com naturalidade e respeite o seu ritmo, porque em geral essas pessoas são mais lentas. Tenha paciência ao ouvi-la, pois a maioria tem dificuldade na fala. Há pessoas que confundem esta dificuldade e o ritmo lento com deficiência intelectual.

Pessoas com deficiência auditiva
  • Não é correto dizer que alguém é surdo-mudo. Muitas pessoas surdas não falam porque não aprenderam a falar. Algumas fazem a leitura labial, outras não.
  • Ao falar com uma pessoa surda, acene para ela ou toque levemente em seu braço, para que ela volte sua atenção para você. Posicione-se de frente para ela, deixando a boca visível de forma a possibilitar a leitura labial. Evite fazer gestos bruscos ou segurar objetos em frente à boca. Fale de maneira clara, pronunciando bem as palavras, mas sem exagero. Use a sua velocidade normal, a não ser que lhe peçam para falar mais devagar.
  • Ao falar com uma pessoa surda, procure não ficar contra a luz, e sim num lugar iluminado.
  • Seja expressivo, pois as pessoas surdas não podem ouvir mudanças sutis de tom de voz que indicam sentimentos de alegria, tristeza, sarcasmo ou seriedade, e as expressões faciais, os gestos e o movimento do seu corpo são excelentes indicações do que você quer dizer.
  • Enquanto estiver conversando, mantenha sempre contato visual. Se você desviar o olhar, a pessoa surda pode achar que a conversa terminou.
  • Nem sempre a pessoa surda tem uma boa dicção. Se tiver dificuldade para compreender o que ela está dizendo, não se acanhe em pedir para que repita. Geralmente, elas não se incomodam em repetir quantas vezes for preciso para que sejam entendidas. Se for necessário, comunique-se por meio de bilhetes. O importante é se comunicar.
  • Mesmo que pessoa surda esteja acompanhada de um intérprete, dirija-se a ela, e não ao intérprete.
  • Algumas pessoas surdas preferem a comunicação escrita, outras usam língua de sinais e outras ainda preferem códigos próprios. Estes métodos podem ser lentos, requerem paciência e concentração. Você pode tentar se comunicar usando perguntas cujas respostas sejam sim ou não. Se possível, ajude a pessoa surda a encontrar a palavra certa, de forma que ela não precise de tanto esforço para transmitir sua mensagem. Não fique ansioso, pois isso pode atrapalhar sua conversa.

Pessoas com deficiência intelectual
  • Você deve agir naturalmente ao dirigir-se a uma pessoa com deficiência intelectual.
  • Trate-a com respeito e consideração. Se for uma criança, trate-a como criança. Se for adolescente, trate-a como adolescente, e se for uma pessoa adulta, trate-a como tal.
  • Não a ignore. Cumprimente e despeça-se dela normalmente, como faria com qualquer pessoa.
  • Dê-lhe atenção, converse e verá como pode ser divertido. Seja natural, diga palavras amistosas.
  • Não superproteja a pessoa com deficiência intelectual. Deixe que ela faça ou tente fazer sozinha tudo o que puder. Ajude apenas quando for realmente necessário.
  • Não subestime sua inteligência. As pessoas com deficiência intelectual levam mais tempo para aprender, mas podem adquirir muitas habilidades intelectuais e sociais.

Fonte:
“O que as empresas podem fazer pela inclusão das pessoas com deficiência”
Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social
www.ethos.org.br


01 março, 2011

A Olho Nu

Desconheço o fotógrafo. Algo me diz que há uma pequena correção de iluminação para compor o olho com mais definição. Seja como for, o resultado é ótimo! Clique na foto para ampliar.

27 outubro, 2010

Um mundo a zíper

O zíper facilita nossa vida. Mas poderia facilitar um pouco mais...
Postagem dedicada ao gênio que inventou o zíper.