Estamos numa corrida contra o tempo. No fim da vida, uma pessoa não terá lido boa parte das melhores obras literárias que a humanidade já produziu. É uma tarefa humanamente impossível. E não estou nem considerando os livros que relemos e as obras científicas ou filosóficas, que também são obrigatórias.
É com tristeza que avalio minha parca leitura: dois ou três livros literários por ano – às vezes menos – é uma estatística vergonhosa. (Foi-se o tempo em que eu lia um após outro, ou até dois ao mesmo tempo) Mas pelo menos procurei ler os livros certos, o que não deixa de ser também um problema, tanto pela dificuldade de seleção quanto pela efetiva leitura.
Parece um sacrilégio me entregar ao deleite de ler Dan Brown* enquanto meu exemplar de Dom Quixote cria mofo na estante – a história do engenhoso fidalgo de La Mancha foi o título que eu por mais vezes tentei ler. Da mesma forma, parece imoral folhear Paulo Coelho sem nunca ter aberto Guerra e Paz ou espiado ao menos o Inferno d'A Divina Comédia.
Não se trata de preconceito, mas de prioridade. Dado que o tempo é escasso diante da infinidade de livros, não resta alternativa senão ignorar as obras menos importantes para ler as que realmente importam.
Mas aí você vislumbra a espessura de Os Sertões, ou tropeça numa má tradução de Dostoiévski, e acaba adiando a leitura indefinidamente, por um tempo que daria para ter lido toda a obra de Paulo Coelho.
Desse modo, não sei qual é a situação pior: não saber quais são os livros que se devem ler, ou ter a assustadora idéia do que se está perdendo.
PS1: Eu li O Código Da Vinci, de Dan Brown, que tem uma ótima leitura, mas péssima literatura.
PS2: Já sei que nunca lerei A Divina Comédia, Os Sertões, Os Lusíadas ou Guerra e Paz, pois tenho outras prioridades. Mas ainda tenho esperanças no Quixote.
É com tristeza que avalio minha parca leitura: dois ou três livros literários por ano – às vezes menos – é uma estatística vergonhosa. (Foi-se o tempo em que eu lia um após outro, ou até dois ao mesmo tempo) Mas pelo menos procurei ler os livros certos, o que não deixa de ser também um problema, tanto pela dificuldade de seleção quanto pela efetiva leitura.
Parece um sacrilégio me entregar ao deleite de ler Dan Brown* enquanto meu exemplar de Dom Quixote cria mofo na estante – a história do engenhoso fidalgo de La Mancha foi o título que eu por mais vezes tentei ler. Da mesma forma, parece imoral folhear Paulo Coelho sem nunca ter aberto Guerra e Paz ou espiado ao menos o Inferno d'A Divina Comédia.
Não se trata de preconceito, mas de prioridade. Dado que o tempo é escasso diante da infinidade de livros, não resta alternativa senão ignorar as obras menos importantes para ler as que realmente importam.
Mas aí você vislumbra a espessura de Os Sertões, ou tropeça numa má tradução de Dostoiévski, e acaba adiando a leitura indefinidamente, por um tempo que daria para ter lido toda a obra de Paulo Coelho.
Desse modo, não sei qual é a situação pior: não saber quais são os livros que se devem ler, ou ter a assustadora idéia do que se está perdendo.
PS1: Eu li O Código Da Vinci, de Dan Brown, que tem uma ótima leitura, mas péssima literatura.
PS2: Já sei que nunca lerei A Divina Comédia, Os Sertões, Os Lusíadas ou Guerra e Paz, pois tenho outras prioridades. Mas ainda tenho esperanças no Quixote.
Se ao menos pudéssemos esticar a vida em três, e uma dessas fosse dedicada apenas a leitura, teríamos o deleite de entender 0,09% do vasto conhecimento humano. Meus anseios sobre isso são bem semelhantes.
ResponderExcluirO conhecimento humano é mesmo muito vasto. A raça humana é especialista individualmente para poder ser generalista em conjunto. Para "saber" alguma coisa é preciso escolher algo e ignorar o resto. Infelizmente não tem outro jeito, né?
ResponderExcluir